Subsídios e prestações sociais evitam que os pobres sejam 40% da população do nosso país, indica o INE
Os últimos dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que 40% da população portuguesa estaria em risco de pobreza se a taxa de risco de pobreza fosse calculada apenas tendo em conta os rendimentos do trabalho e transferências privadas, ou seja, excluindo os subsídios e prestações sociais.
Em Portugal, observa-se uma taxa de risco de pobreza após pensões, e antes de transferências sociais, de 24% (tinha sido de 25% em 2006 e de 26% em 2005).
Segundo o INE, a pobreza afecta sobretudo os idosos, onde a taxa de risco de pobreza sobe para 26%. Também os menores registavam uma taxa de pobreza superior à média nacional, estimando-se que 21% das pessoas com idade inferior a 18 anos se encontravam em risco de pobreza.
Os dados constam do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento do Instituto Nacional de Estatística (INE), realizado em 2007, incidindo sobre os rendimentos de 2006. A população residente em situação de risco de pobreza era de 18%, mantendo-se ao nível do valor estimado para o ano anterior.
Para este inquérito, a taxa de risco de pobreza corresponde à proporção de habitantes com rendimentos anuais por adulto equivalente inferiores a 4544 Euros em 2006 (cerca de 379 Euros por mês), o que reflecte um crescimento do limiar de pobreza de 4% face ao ano anterior.
De acordo com o mesmo inquérito, o rendimento dos 20% da população com maior rendimento era 6,5 vezes o rendimento dos 20% da população com menor rendimento, observando-se uma ligeira redução face ao valor de 6,8 estimado no ano anterior.
Os dados do INE mostram que o risco de pobreza para a população em situação de desemprego era de 32%, valor ligeiramente superior ao do ano anterior (31%). Esta condição afectava mais os homens, com 37%, do que as mulheres, com 28%.